Seguindo esta perspectiva do aquecimento econômico por meio do Ecoturismo, diversos estudiosos destacam um aumento progressivo de turistas, cada vez mais interessados em conhecer destinos ligados à natureza, logo, aumenta a tendência de empresas turísticas a se mobilizarem, criando pacotes para usufrui desse negócio.
Desta forma, os destinos turísticos associados à natureza, qualificados pelo "eco", passam a representar uma oportunidade em termos de diferencial competitivo de mercado. Sendo assim, a preservação do meio ambiente é algo que beneficia o turismo, pois esses visitantes desejam conhecer essas áreas, logo, um necessita do outro, ou seja, Turista x Agências x Preservação x Economia x Preservação x Turistas.
No entanto, outros pesquisadores acreditam que o turismo pode ser prejudicial à região. Conforme cita no artigo: "tendo em vista os possíveis impactos decorrentes da exploração de mão de obra e da base de recursos naturais e culturais, estes entendidos apenas como atrativos". (MORAES; IRVING, 2013). Acredito que de certa forma o Turismo prejudica a questão cultural (Aculturação) das comunidades visitadas, pois existem trocas de valores, a partir do momento em que a comunidade se depara com pessoas que possuem anseios e perfis completamente diferentes aos corriqueiros. Porém, quanto a questão ambiental, o ecoturismo pode sim auxiliar na preservação, porque o meio natural é a ferramenta utilizada para atrair o publico.
Existem muitos especialistas com concepções semelhantes ao citado no parágrafo anterior. Pois, percebem que o ecoturismo é uma possível alternativa para a proteção da biodiversidade. Sobretudo, no quesito contribuição e valorização da importância da natureza para a sociedade.
É no sentido de contribuir para esta reflexão, que os artigos têm como foco a interpretação do ecoturismo sob a ótica local. Eles também buscam interpretar as percepções dos atores locais e interlocutores institucionais sobre o ecoturismo como alternativa para o desenvolvimento local. "Mas até que ponto o turismo é, de fato, uma alternativa capaz de compatibilizar os interesses e necessidades de desenvolvimento econômico, social e cultural? Como essas iniciativas têm se desenvolvido? Quais as dificuldades que têm encontrado para a inclusão social dessas comunidades no processo?" Essas foram algumas das indagações utilizadas pelos autores Wanderley Jorge da Silveira-Junior e Eloise Silveira Botelho.
Os resultados obtidos destas questões se dão através de metodologias aplicadas diretamente na comunidade, ou seja, com os atores envolvidos. Segundo relatado, a criação de uma cooperativa para auxiliar a inclusão social, econômico e cultural é algo que pode fomentar consideravelmente o turismo daquela região. Pois, permitirá que os Caiçaras diversifiquem a economia, gerando renda para a comunidade em geral, porém, como citado anteriormente, ainda existem questões que devem ser avaliadas, como por exemplo, a fragilidade no desenvolvimento desse turismo local.
Silveira-Junior e Botelho (2011) citam: "A população tradicional, que tem seu modo de vida baseado na cultura caiçara, guarda uma relação ainda intrínseca com a natureza, dividindo suas atividades entre o mar (pesca) e a terra (agricultura)." Pode-se observar que a vida simples cotidiana dessas pessoas, o convívio direto com a natureza é o que move a admiração dos turistas. Então, deve ser preservado.
No entanto, conforme os mesmo autores relatam, devido aos conflitos fundiários, iniciados na década de 1960, a criação e a efetivação das áreas protegidas com a especulação imobiliária decorrente do turismo, essa população vem sofrendo restrições de uso do território e, até mesmo, tem findado suas atividades tradicionais, com significativas mudanças no patrimônio natural e cultural. Logo, o que era para ser benéfico para a comunidade, torna-se negativo. O turismo é um setor do mercado econômico que se expandiu rapidamente, sendo apontado como um gerador de divisas para países, um instrumento capaz de causar impactos positivos nas regiões visitadas. Entretanto, num plano global, do modo como vem sendo desenvolvido – baseado no lucro imediato, na grande escala, e na homogeneização de paisagens – vários impactos negativos são gerados como consequência do "turismo global", o que coloca em risco a sustentabilidade social, econômica, cultural e ambiental dos destinos turísticos. (SILVEIRA-JUNIOR; BOTELHO, 2013)
Com enfoque na questão do Ecoturismo, a proposta do mesmo é a contemplação das áreas naturais, ou seja, conservação da natureza. Não podendo deixar de lado a conscientização da importância da preservação ambiental. O conceito de Ecoturismo se deu em meados dos anos 80, logo, foi tratado a pouco mais de trinta anos, porém, elevancou mundialmente a valorização do meio ambiente para a Humanidade.
Os artigos citaram projetos que teoricamente auxiliarão na diversificação dos meios de trabalhos em regiões antes não tão valorizadas. Algumas problemáticas que o artigo "Turismo em áreas protegidas e inclusão social de populações tradicionais: um estudo de caso da Cooperativa de Ecoturismo de Guaraqueçaba trás: qual a capacidade da cooperativa se sustentar, caso as ONGs se retirem do projeto que a mesma apóia,
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Fonte: ecoviagens.uol.com.br |
quais medidas podem agregar nas adesões nos sentidos de fortalecimento do turismo local e qual a proporção alcançará a inclusão dos Caiçaras em sua totalidade. Essas questões serão discutidas com os órgãos competentes, logo, a perspectiva é que a economia local se diversifique e que haja uma maior valorização dessa cultura tradicionalista.
Já o outro artigo trabalhado nessa resenha, tem por título: "Ecoturismo: encontros e desencontros na Reserva Extrativista do Cazumba-Iracema – AC. As problemáticas encontradas foram as de compreender quem realmente será beneficiado com o Ecoturismo na Região, portanto, analisar se os moradores do Núcleo do Cazumbá interpretam a atividade como sendo benéfica para a comunidade.
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Resex Cazumba - Iracema.
Fonte: www.icmbio.gov.br
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Outra problemática é a conscientização do uso racional dos recursos naturais renováveis, pois, usufruir desenfreadamente desses recursos, ou seja, sem o devido planejamento, poderá agravar a degradação ambiental que essas localidades sofrem naturalmente. Portanto, deve haver infraestrutura suficientemente adequada para o desenvolvimento turisticos dessas áreas legalmente protegidas.
E por fim, o reconhecimento do valor das peculiaridades regionais como diferencial no atrativo. A partir desse reconhecimento, o uso do patrimônio cultural imaterial dessas comunidades serão o foco para atrair turistas, pois estarão ligadas a questão do patrimônio natural e cultural. Logo, desenvolver maneiras de incentivar a conscientização dos mesmos, ou seja, criar pensamentos ambientalistas.
Para tanto, a comunidade deve trabalhar juntamente com os projetos desenvolvidos para que haja um bem estar da população com os visitantes. Portanto, deve existir a distribuição dos benefícios obtidos com as atividades turísticas. Os objetivos para com as atividades praticadas, a proteção e a conservação dos recursos naturais, a interpretação da paisagem e o mais importante, a educação ambiental, deve estar claros nas concepções dos atores envolvidos no projeto. Fato, que os artigos remetem a existência dessas características essenciais para o desenvolvimento dos seus projetos.
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Fonte: www.institutotapiaim.blogspot.com |
Os resultados obtidos nos artigos citados nesse texto, trás que a comunidade reconheceu a importância das atividades turísticas em seus meios, além do fomento do turismo ambiental, colaborando para que diversificasse a economia, como já citado anteriormente. Portanto, os interlocutores da pesquisa também entendem que o ecoturismo é uma potencialidade para o desenvolvimento local com perspectiva a longo prazo. Mas que para tanto, o processo de planejamento e implementação de melhorias na qualidade de vida dos envolvidos, dos patrimônios naturais e culturais devem ser mantidos.
Por: Edilson Luis Fernandes
Formando em Turismo e Meio Ambiente
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