EDILSON LUIS FERNANDES
Turismólogo pela UNESPAR
Turismólogo pela UNESPAR
O
turismo é um fenômeno socioeconômico que consiste no deslocamento temporário e
voluntário de um ou mais indivíduos que, por uma complexidade de fatores, que
envolvem a motivação humana, saem do seu local de residência habitual para
outro, gerando múltiplas inter-relações de importância cultural, socioeconômica
e ecológica entre os núcleos emissores e receptores. (BRASIL, 2015).
No
ano de 2012, o setor do turismo no Brasil ocupava a 6ª posição em geração de
renda entre os países das Américas, Europa e Ásia. Com essa colocação no
ranking de faturamentos, investir em infraestrutura, qualificar mão de obra,
aumentar a competitividade no setor e incentivar o turismo como um todo será de
grande importância para toda a sociedade (BRASIL, 2013). Portanto, o
investimento em equipamentos turísticos é inevitável.
Em
2014 foram gerados 8,8 milhões de empregos diretos e indiretos e em 2015
estimou-se que R$ 534,6 bilhões de reais seriam investidos nas atividades
diretas e indiretas do setor (WTTC, 2014), mostrando a influencia que a
atividade promove. Compreender o desenvolvimento da atividade de turismo é
importante, para que se possam atender as mais diversas necessidades,
estipulando e criando estratégias de negócios.
No
ano de 2015, o turismo no Brasil, de acordo com as projeções feitas pelo
Ministério do Turismo em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, injetou cerca
de R$ 2,6 bilhões à economia do país, considerando apenas dias de feriados
prolongados, de 2 a 3 dias. (BRASIL, 2015).
Assim,
verifica-se que cada vez mais é ressaltada a importância do setor para o
Brasil, pois, em datas consideradas ociosas o turismo é utilizado para reverter
a condição de baixa demanda no mercado. Alguns autores entendem que o turismo
não é apenas “economia”, mas sim, um meio que é carregado de signos e
representações ambientais. (NACIF, 2004).
O
turismo está em ascensão, e seu desenvolvimento no pais cresce a cada ano, no
entanto, o investimento em infra-estrutura é desproporcional ao investimento na
mão de obra qualificada. Sendo assim, há suporte arquitetônico, mas não
capacitação. (ROCHA, 2015) .
Para
ingressar nessa área, o profissional do turismo deve buscar especializações,
buscar conhecimento daquilo em que pretende atuar. Além de saber se comunicar,
ter bom relacionamento com as pessoas ele deve saber se colocar no lugar do
outro, pois a empatia é a peça fundamental para a comunicação entre as pessoas.
(LEAL, 2004)
O mercado
busca nesse profissional aquele que tem convicção daquilo que diz, que tem
conhecimento das palavras expressadas, que domine outros idiomas, que entenda
de informática, marketing, que procura estar informado sobre a atualidade e nos
últimos anos, é a questão do empreendedorismo que está tomando espaço para
complementar os requisitos de um bom profissional, não só do turismo, mas de outras
áreas.
Conceitua-se
empreendedorismo como: a habilidade de criar e constituir algo a partir de
muito pouco ou do quase nada (BARRETO, 1998). Sendo assim, é aquele que vê
oportunidade, tomando iniciativa para mudar e que se arrisca em busca de
realizar seu projeto.
O
turismo é uma atividade bastante complexa e fica mais ainda quando se trata de
Turismo e meio ambiente. Reconhece-se o crescimento desordenado das atividades
do turismo e dos impactos causados por ele, principalmente nas áreas
ambientais.
Logo,
faz do turismo como atividade de desenvolvimento positivo ou predatório. Outro
estudo aponta o mesmo resultado, com é o caso de (CAGNA, 2012). Segundo Cagna (2012), o crescimento
desordenado do turismo em áreas do litoral acarretou a degradação ambiental,
aumentou a violência na comunidade de Guarujá no estado de São Paulo e com a
especulação imobiliária expulsou os nativos Caiçaras das suas moradias.
No
Brasil, apesar desses pontos negativos citados no parágrafo anterior, o turismo
tem um grande potencial econômico, cultural, social e ambiental devido a
reciprocidade que estabelecem entre esses quatro elementos. Para tanto, deve
observar o perfil dos turistas, de onde eles vem, o que pretendem, o que
buscam. Assim, será possível administrar gastos e investir nos pontos certos.
Atualmente,
mesmo se investindo em infra-estrutura, ainda existem reclamações dos turistas
que viajam no Brasil, principalmente dos turistas estrangeiros. Segundo eles,
as rodovias são precárias, as sinalizações são ruins, os serviços telefônicos
são caros, a internet é mal avaliada, mas, a hospitalidade continua sendo o
cartão de visita. (VEJA, 2011)
O
ministério do turismo reconheceu os problemas, principalmente o da sinalização
e fez com o governo liberasse R$ 38 milhões em 2012, para os projetos de
sinalizações nas doze capitais que sediaram a Copa Mundo. (G1, 2013)
Mas
ainda existem muitas coisas para se mudar e não é só a sinalização. O Rio de
Janeiro que é o estado que mais recepta turistas estrangeiros, em 2015,
registrou um alto índice de violência urbana. O saneamento básico está precário,
os valores de serviços e produtos inflacionados e por fim, a cidade não está
estruturada para receber pessoas com deficiência física ou com mobilidade
reduzida. Imagens como essa são retratada no exterior e faz disso motivos para
que os turistas estrangeiros venha cada vez menos ao Brasil.
Na
minha opinião, além de um bom profissional, investimento em infraestrutura e
mão de obra, o que precisa mesmo é valorizar um pouco esses profissionais que
atuam nas atividades de turismo, porque hoje está complicado. Querem que o turismólogo
ou técnico trabalhe, mas não querem paga-lo com um valor digno de um
profissional.
Conforme
visto, o turismo está em ascensão e cresce a cada no Brasil. Acredito que
chegou a hora de valorizar um pouco mais aqueles que vivem dessa atividade tão
importante para todos os setores.
REFERENCIAS
BARRETO, L. P. Educação para o Empreendedorismo.
Salvador: Escola de Administração de Empresa da Universidade Católica de
Salvador, 1998.
BRASIL. Dados e Fatos. 2015. Ministério do Turismo.
Disponivel em: <http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/espaco_academico/glossario/index.html>
Acessado dia 24/09/15.
BRASIL. Lei Geral do Turismo n.º 11.771/08, de 17 de
setembro de 2008. Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as
atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao
setor turístico; revoga a Lei no 6.505, de 13 de dezembro de 1977, o
Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986, e dispositivos da Lei no
8.181, de 28 de março de 1991; e dá outras providências.
CAGNA, Thiago. 2012. Disponivel em: < http://ecohospedagem.com/que-tipo-de-turismo-voce-faz-bom-para-todos-envolvidos-ou-predatorio/>.
Acessado dia: 08/02/16
G1. 2013. Disponivel em; < http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/01/falhas-de-sinalizacao-sao-uma-das-principais-reclamacoes-de-turistas.html > Acessado 09/02/16
LEAL, Sergio Rodrigues. Revista Turismo. 2004. Disponivel
em: < Http://www.revistaturismo.com.br/artigos/habilidades.html>
Acessado dia: 09/02/16
NACIF, Luiz Henrique Roevenstrunk.A alta tecnologia e a Industria Hoteleira. Curso de Especialização em Gestão de Marketing do Turismo. Brasilia – DF: Universidade de Brasilia, 2004.
ROCHA, Marcio. 2015. Disponivel em: < http://www.fecomercio-se.com.br/destaques/dificuldades-do-setor-de-turismo-sao-analisadas-em-reuniao>.
Acessado dia: 09/02/16
VEJA. 2011. Disponivel em: < http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/pesquisa-40-dos-turistas-estrangeiros-reclamam-dos-precos-no-brasil
> Acessado dia 09/02/16
WTTC. Conselho Mundial de Viagens e Turismo.
Disponivel em: < www.brasil.gov.br/turismo>
Acessado em novembro de 2015.