EM CONSTRUÇÃO....
POTENCIAL TURISTICO NO PARQUE NACIONAL VILA RICA DO ESPIRITO SANTO – FENIX – PARANÁ E SUA CARACTERIZAÇÃO
FERNANDES, Edilson Luis
Graduando em Turismo e Meio Ambiente
pela UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná
JUNGES, Guilherme
Graduando em Turismo e Meio Ambiente -
UNESPAR
LENNON, Raul
Graduando em Turismo e Meio Ambiente -
UNESPAR
RIELING, Gercilaine
Graduanda em Turismo e Meio Ambiente -
UNESPAR
Resumo
Este trabalho visa demonstrar a importância que tem a preservação
do patrimônio natural, principalmente no momento histórico em que o ecoturismo
está tão evidente. O Parque Estadual de Vila Rica do Espírito Santo, em Fênix
no Paraná como diversos outros é um potencial de ecoturismo e que deve ser
estudado, principalmente para que se alcancem os objetivos de preservá-lo, incentivar
que ocorram melhorias físicas, investimentos por partes de órgãos públicos,
maior supervisão das atividades desenvolvidas no local, conscientização da importância
do patrimônio natural e também incentivo de pesquisas que venham a somar com a
disseminação da importância da preservação de todos os patrimônios existentes,
privilegiando a comunidade que vive em seu entorno.
Palavras-chave: Ecoturismo;
Caracterização; Parque Estadual Villa Rica do Espirito Santo
Introdução
Além
do desenvolvimento desejado para o Parque, também se faz necessário o
entendimento do seu potencial por parte da comunidade, já que esta tem o dever
de cobrar dos órgãos públicos qualquer tipo de descaso com a localidade, assim
como de qualquer outro patrimônio público.
Portanto,
propõe-se alternativas para o seu desenvolvimento e surgimento de uma agência
que possibilite a integração da comunidade. Além de apresentar a sua
importância histórica e dar exemplos de outros empreendimentos que comprovem a
boa utilização do ambiente para a pratica do ecoturismo, demonstrando a
possibilidade de desenvolvimento econômico para o município de Fênix – PR.
A
realização desse trabalho se deu baseado na utilização do plano de manejo do parque,
de entrevistas informais com os funcionários da localidade estudada, utilização
de programas como Google Maper e Google Earth para verificar e analisar a
caracterização da área.
É
possível considerar que o Município de Fênix PR possui um grande potencial
turístico, como o Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo. Que revela a
identidade e a memória da comunidade jesuítica que por ali passaram. Sendo a terceira comunidade fundada por
espanhóis no Oeste do Estado, possuindo um valor histórico e arqueológico
inestimável, sem falar no valor cultural e religioso, pois ali estão
localizadas as ruínas de Vila Rica do Espírito Santo que deram origem ao seu
nome.
O
Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo, foi decretado Parque pelo decreto Estadual
nº 6.125 de 16 de fevereiro de 1983, se tornando então uma das grandes unidades
de conservação presente no Estado do Paraná. O seu valor histórico e
arqueológico é o que atrai os turistas. Um dos grandes diferenciais do parque
são suas ruinas e nesta área são encontrados vestígio da cidade colonial.
Partindo
desse pressuposto, este trabalho busca compreender se todo esse potencial de
turismo histórico, arqueológico, cultural e religioso tem como ser utilizado
pelo Parque para atrações de turistas da região e se a comunidade pode ser
beneficiada com esse potencial turístico.
Ponto
de apoio à turistas no PEVRES
Figura 1: Ponto de apoio com
sanitários, sala de recepção aos turistas e um pequeno museu com artigos encontrados
na região do parque. Fonte: Raul Lennon, 2014
Objetivo
Geral
Avaliar
formas e métodos para desenvolver uma agência de turismo especializado em
atividades ecoturísticas voltadas à educação ambiental e Caracterizar a RPPN
por meio de pesquisas técnicas e levantamentos de dados da mesma.
Objetivos
Específicos
·
Buscar experiências de outras unidades de
conservações que possuam atividades ecoturísticas, dando ênfase ao turismo
pedagógico.
·
Oferecer produtos
de qualidade aos visitantes
·
Identificar o desejo
dos órgãos públicos do Município e da comunidade para a implantação dessas
atividades no Parque Estadual Vila Rica do Espirito Santo.
·
Demonstrar as
possibilidades da educação ambiental tendo como ferramenta o turismo pedagógico
no PEVRES durante a prática da atividade turística.
Tipo de empreendimento a ser desenvolvido
Agência
de turismo especializado em atividades de ecoturismo e turismo educativo, além
de divulgação responsável e incentivo de projetos. Alternativas que possam
aumentar as possibilidades de participação e benefícios da comunidade sob o
local.
Por
que é compreendido como ecoturístico
Porque
ele utiliza dos recursos naturais e culturais de um determinado local, no caso
o Parque Estadual Vila Rica do Espirito. Esse buscará desenvolver o respeito
pela natureza por meio do contato com o ambiente natural e promover o
envolvimento da comunidade.
Logo,
a prática das atividades ecoturísticas e diferentes também do turismo
convencional, buscando compreender que o ambiente não deve ser degradado e sim
atender as expectativas dos visitantes, contribuindo para a experiência da
visitação. Segundo Pires (2002, p.146) “Ecoturismo é uma forma de turismo
inspirado primeiramente pela historia natural de uma área, incluindo suas
culturas indígenas”.
Aspectos
teóricos relacionados a esse empreendimento
A
atividade turística nos dias de hoje, é considerada uma das maiores economias
do mundo, pois é uma área muito extensa e de vários segmentos que a compõem. Um
deles, o que será brevemente retratado neste trabalho, é o segmento de
Ecoturismo. Para Pires (2002, p. 104) “[...] o Ecoturismo prioriza a
preservação do espaço natural em que é realizado e seu projeto contempla a
conservação antes de qualquer outra atividade”.
A
prática desta atividade é realizada de modo responsável, buscando a preservação
do meio natural e cultural, promovendo o bem estar da população local
comprometida com a educação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico de
maneira sustentável. Na Unidade de Conservação apresentado neste trabalho, uma
das atividades turísticas existentes que consta no plano de manejo é a educação
ambiental. Onde uma das ferramentas para o desenvolvimento é o turismo
pedagógico, um segmento turístico que deveria ser explorado no Parque Estadual
Vila Rica do Espírito Santo de maneira adequada. Pois, demonstra as teorias
ministradas em salas de aula, podendo ser vivenciadas junto à natureza, onde os
alunos entram em contato com espécies da fauna e flora, adquirindo novos
conhecimentos e informações sobre o parque visitado.
Neste
contexto, o professor consegue atingir seus objetivos didáticos de forma
lúdica, pois as atividades pedagógicas são desenvolvidas com brincadeiras e
entretenimento por profissionais de turismo capacitados. Segundo Hora e Cavalcanti
(2003) o Turismo Pedagógico pode ser planejado e desenvolvido por equipes
multidisciplinares formadas por bacharéis em turismo e por professores de
diversas áreas, visando à elaboração de propostas de atividades que incluam
algum tipo de deslocamento do ambiente escolar, como por exemplo, visitas a
atrativos naturais.
O
turismo pedagógico no Parque Estadual Vila Rica do Espirito Santo como uma
alternativa de educação ambiental para diversos públicos seria uma realidade
que possibilitaria uma contribuição real para o atrativo.
Figura 2: Visitação dos acadêmicos do
Curso de Turismo e Meio Ambiente da UNESPAR ao PEVRES. Fonte: Raul Lennon, 2014
Embora
seja um turismo novo, no Brasil vem crescendo e ganhando espaço. Alguns autores
estudam o tema e apresentam a característica desse novo segmento, reconhecendo
que este tipo de turismo envolve atividades relacionadas à educação, ao
aprendizado e ao conhecimento de forma a apresentar uma visão critica e
reflexão da realidade (BONFIM, 2010).
O
turismo pedagógico é assim chamado, devido a sua característica peculiar de
ocorrer no período letivo e não no período de férias como outros segmentos
convencionais. Sendo assim, é definido como “uma modalidade de turismo que
serve ás escolas, em suas atividades educativas” (ANDRIOLE; FASTINO 1999, p
165).
Ansarah
(2005, p. 294) apresenta que o objetivo desse tipo de turismo é “fazer com que
o aluno/ turista tenha contato com a natureza (num conteúdo como, por exemplo,
o estudo do espaço), de vivenciar e conhecer os espaços novos (conteúdos de
sociologia e antropologia)”.
Busca
– se então, estabelecer uma ligação entre a atividade turística e a pedagogia.
Tendo o turismo, como o responsável no processo de aprendizagem, objetivando
mais qualidade na educação (BONFIM, 2010).
O
objetivo maior quando se realiza a atividade de turismo pedagógico não é o
lazer em si, mesmo que em alguns momentos sejam desenvolvidas ações
compreendidas como lazer (BONFIM, 2010).
Será
de muita importância a parceria entre os órgãos municipais e estaduais a fim de
consolidar essa atividade dentro do parque. Este certamente será um caminho
viável para o desenvolvimento da unidade de conservação sendo de extrema
importância para os professores e bacharéis em turismo, geografia, ecologia e
outros, no sentido de chamar a atenção para o Parque Estadual Vila Rica do
Espírito Santo, que possui um patrimônio histórico cultural relevante para a
população local.
Atualmente,
são desenvolvidas na Unidade de Conservação atividades de pouca abrangência no
quesito educação ambiental, pois os profissionais que atuam no parque apenas
disponibilizam um vídeo sem muita riqueza de informações e as informações
constadas não estão atualizadas, portanto, os acadêmicos do curso de Turismo e
Meio Ambiente que visitaram o local no ano de 2014 viram a necessidade de
mudança nessa abordagem entre os profissionais que atuam no Parque Estadual
Vila Rica do Espirito Santo e os Turistas.
A
atividade turística desenvolvida no Parque é o segmento de Ecoturismo que tem
como definição:
“[...] um
segmento de atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio
natural e cultural, que incentiva sua conservação e busca a formação de uma
consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o
bem- estar das populações” (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2012).
É um
segmento que se caracteriza pelo contato com ambientes naturais, sendo
atividades que proporcionam uma integração com a natureza, de maneira
sustentável, sendo contextualizado como um tripé em interpretação, conservação
e sustentabilidade (BRASIL, 2012).
No
Parque, existe uma trilha de aproximadamente 50 minutos de duração, com
acompanhamento de um guia, onde os visitantes podem observar a fauna e a flora
do local. Nesta trilha encontrasse vegetações classificadas como de suma
importância para o contexto ambiental como espécies de figueiras encontradas no
decorrer da trilha, sendo possível visualizar na imagem apresentada logo
abaixo.
Figura 3: Figueira. Fonte: Raul Lennon, 2014
A
trilha usada pelos visitantes que percorre o trajeto que leva até o lago não
possui uma estrutura adequada, não contem lixeiras em alguns locais como no
final da trilha, onde os visitantes podem descansar e fazer uma breve refeição,
pois no lugar contem um quiosque, as sinalizações da trilha deveriam ser
novamente pintadas, pois estão desgastadas. Sendo este local de extrema
importância para a realização do turismo pedagógico que esta ilustrada na
figura logo abaixo que apresenta visualmente o local para a melhor compreensão.
Figura 4: Lago no interior do parque com espécies de
jacarés.
Fonte: Raul Lennon, 2014
Exemplos
de empreendimentos semelhantes
O
Parque Estadual do Guartelá é um exemplo, sendo criado pelo decreto 2. 329 de
24 de Setembro de 1996, oficialmente implantado em 1997, com uma área de 798,97
há. As atividades que o Parque possui e utiliza como destinações turísticas são
os sítios arqueológicos, cachoeiras, observação de ecossistemas variados,
observatório de aves, panelões do sumidouro para banho, Canyon do Rio Iapó,
mirante voltado para o Canyon entre outros.
Os
grupos educacionais participam ativamente das atividades realizadas neste
local, destacando o parque para a questão do patrimônio natural e cultural.
Outro
exemplo mais próximo é o Parque Estadual do Lago Azul (PELA) no município de
Campo Mourão, onde as visitas são agendadas e guiadas pelas trilhas do Parque, porém,
ainda é um local, assim como o Parque de Fênix, pouco visitado, logo, pouca evidência
no próprio município de Campo Mourão por parte dos seus habitantes. O que
possibilita uma hipótese de que a falta de divulgação acabe impossibilitando aproximação
da comunidade à esses parques e da compreensão da importância que essas
localidades tem.
Figura 5: Acadêmico Raul Lennon em visita ao Parque do
Quartelá em Tibagi.
Fonte: Raul Lennon, 2014
Criação
do empreendimento
Por
se tratar de uma unidade de conservação pouco explorado turisticamente,
conforme relatado pelos funcionários do próprio parque, houve-se a intenção de
criar um empreendimento voltado às práticas ecoturísticas que valorize a
história do local e proporcione a comunidade um envolvimento acerca dessas
atividades. Trabalhar a importância do Parque Estadual Vila Rica do Espírito
Santo para o desenvolvimento econômico do município de Fênix – Pr.
O
parque está localizado no seguinte endereço: Avenida Doutor Joaquim Vicente de
Castro e em torno de 600
metros de estrada de chão, cascalhado, portanto, sem
pavimentação.
Figura 6: lado esquerdo está o município de Fênix - PR e
do lado direito está o recorte da área a ser trabalhada. Fonte: Google Maps,
2014. Adaptação: Edilson Luis, 2014.
A
história do Município de Fênix Paraná remonta ao ano de 1576, quando os
jesuítas espanhóis fundaram a cidade de Vila Rica do Espírito Santo, localizado
no pontal formando pelos rios Ivaí e Corumbataí, local onde se encontra
atualmente o Parque Estadual Vila Rica do Espirito Santo.
Entretanto,
em 1632 este local foi sitiado, destruído e incendiado pelos bandeirantes
paulistas comandados por Antônio Raposo Tavares. As ruínas existem até hoje e
estão localizadas a apenas três quilômetros da atual sede do município de Fênix
que fica aproximadamente 66
quilômetros da cidade de Campo Mourão Paraná.
Portanto,
o Parque Estadual Vila Rica do Espirito Santo foi criado em 1955 em função do
seu valor histórico e arqueológico, pois ali se encontra localizadas as ruinas
de Vila Rica Del Espirito Santu, uma das 16 comunidades jesuíticas espanholas
fundadas nos séculos XVI e XVII, dando assim origem ao seu nome atual Parque
Estadual Vila Rica do Espírito Santo. Atualmente é considerada uma Unidade de
Conservação, onde é mantido pelo Estado do Paraná através de órgão competentes
como o IAP - Instituto Ambiental do Paraná.
Segundo
informações dos funcionários do Parque, o museu paranaense de Curitiba vem
desenvolvendo pesquisas arqueológicas na área do Parque Estadual Vila Rica do
Espirito Santo desde 1954, tendo realizado levantamento histórico, a topografia
das ruínas, além de escavações arqueológicas e vistoria dos limites do parque
buscando a identificação de novos sítios arqueológicos.
As
figuras logo abaixo mostram os objetos e documentos que foram encontrados na
localidade e hoje se encontram expostos no museu da Unidade de Conservação para
que os turistas possam visualizar e compreender a importância deste Parque para
a História do Município de Fenix – PR
Figura
7: Fosseis e exemplares de minerais do Parque. Fonte: Raul Lennon, 2014
Segundo
o Plano de Manejo (2003), o Parque esta situado em uma área de 353,68 hectares , o
mesmo preserva um dos últimos remanescentes da pujante floresta tropical, muito
rara em toda a região, sendo um dos últimos redutos da peroba no Paraná,
figueiras e canelas de até 20
metros de altura, além do palmito em abundância. Refúgio
de exemplares da fauna e flora, a floresta abriga da extinção o Urubu Rei, a
Juruva, o Gavião Carijó, o Jacu, o Gato Mourisco, o Leãozinho-Baio, os Catetos,
os Coatis, Veados e Macacos-Prego, e outros, que encontram na mata guarida
segura.
Com
base na pesquisa de Pedro Scherer Neto, um total de 257 espécies de aves foram
registradas no Parque, representando cerca de 32% de toda avifauna paranaense.
Também se registra 49 espécies de mamíferos. Entre estas se encontra o
tamanduá-mirim, ao lado de grandes felinos como a suçuarana e a onça-pintada e
roedores. Nas florestas e cerrados onde habita, o tamanduá-mirim dorme durante
o dia dentro de ocos de árvores e, à noite, sai para alimentar-se apenas de
insetos, principalmente formigas, térmitas e abelhas (IAP, 2003).
A
história do município de Fênix relata a ocupação espanhola no Paraná, o Tratado
de Tordesilhas, celebrado entre o Paraguay e Espanha em 1494, colocava o atual
território paranaense, a oeste de Paranaguá, como sendo espanhol. Nesta área,
denominada Província del Guairá, povoada por grupos indígenas das famílias linguísticas
Tupi-Guarani e Jê, a Coroa espanhola fundou, a partir de 1554 cidades,
inicialmente Ontiveros, depois entre 1556 e 1557, Cidad Real del Guairá, cujas ruínas
atualmente estão localizadas no município paranaense de Terra Roxa.
A
terceira cidade espanhola fundada em 14 de maio de 1570 foi Villa Rica del
Espiritu Santo, nas proximidades do rio Cantu. Em 1589, depois de epidemias de
varíola e gripe houve várias mudanças de local, até que Villa Rica foi
transferida para confluência dos rios Corumbataí e Ivaí em 1592 por Ruy Diaz
Melgarejo, constituindo-se em "Posto Avançado" dos espanhóis de
Assunção no Território Del Guayrá. Dali, os "encomenderos" espanhóis
percorriam o interior capturando índios Guaranis, que enviavam aos seus ervais
em Maracaju para trabalho escravo, gerando conflito com os Jesuítas
catequizadores.
Após
a destruição das Reduções Jesuíticas pela Bandeira de Antonio Raposo Tavares, a
Villa ficou a mercê dos paulistas, que em 1632 expulsaram toda a população
espanhola para a porção ocidental do rio Paraná.
Os
padres que resistiram foram chacinados, as aldeias foram queimadas e os índios
que sobreviveram escravizados. Assim terminou o domínio espanhol em toda a
região que lhes fora conferida pelo Tratado de Tordesilhas, que colocara o atual
território paranaense, a oeste de Paranaguá, fora dos limites da coroa
portuguesa.
As
bandeiras paulistas aumentaram o território brasileiro, mas o preço desse
progresso foi alto apenas os trabalhos manuais dos índios sobreviveram para
contar esta história.
Os
potenciais
O
potencial turístico de maior relevância para o município atualmente é o Parque
Estadual Vila Rica do Espirito Santo, pois sua historia pode atrair a
curiosidade de turistas que buscam conhecer o território do Paraná e seus povos.
Vale ressaltar a importância de conhecer a fauna e flora do local, desfrutar e
das trilhas destinadas aos turistas.
Inclusive,
para complementar a visita o município conta com a Igreja da Serra, uma capela
dedicada a Santo Inácio de Loyola que foi construída a beira do Caminho de
Peabiru, que é uma antiga trilha que saia do litoral brasileiro até o Peru.
Esses pontos turísticos possuem grandes valores históricos e culturais que
poderão ser explorados pelos futuros profissionais que atuarão naquela área.
Figura 8: Capela da Serra. A mesma é dedicada ao Santo
Inácio de Loyola. Localização: próximo ao caminho de Peabiru em Fênix; Fonte:
Roque, 2011
Problemas
encontrados atualmente no parque
A
falta de integração entre as entidades governamentais que estão à frente da
administração do Parque, infraestrutura para a recepção de turistas ao local e
o pouco desenvolvimento de atividades de valorização do ambiente natural e
histórico do local.
Possíveis
soluções
É
necessário que as pessoas que atuam no parque estejam aptas a repassarem as
devidas informações históricas e técnicas do parque. As atividades turísticas
como a educação Ambiental que é um dos focos desse trabalho deverá possuir
ferramentas para trabalhar com ênfase no Turismo Pedagógico e Ecoturismo, dai a
importância de se ter infraestrutura.
Porém,
para a realização destas atividades é necessário uma gestão adequada, com
levantando de dados, atualização do plano de manejo da área, deve – se buscar
uma ligação com gestão privada, que poderá auxiliar financeiramente.
Quais
as ferramentas de interpretação do ambiente natural e cultural?
Segundo
Murta e Albano (1995) afirma que a interpretação do patrimônio é um processo de
adicionar valor a experiências de um lugar, por meio de informações e
representações que realcem sua história e suas características culturais e
ambientais.
Portanto,
os canais de interpretação poderão ser desenvolvidos e recuperados no Parque
Estadual Vila Rica do Espirito Santo. São diversas as atividades, sendo ele um
guia capacitado onde o mesmo poderá relatar acontecimentos históricos do local
ao longo do percurso que leva até o lago, poderá ser disponibilizado aos
visitantes roteiros, sinalizações contendo detalhes históricos do decorrer da
trilha, a instalação de placas explicativas nesses locais entre outras
ferramentas para o desenvolvimento interpretativo do Parque.
Na
figura abaixo percebe - se que existem sinalizações no decorrer da trilha que
necessita ser mais bem adequada para que o uso dela como ferramenta de
interpretação natural e cultural, entre atividades pedagógicas com os grupos
educacionais das escolas para que o mesmo compreenda e valorize o Parque e todo
o seu atrativo tanto cultural como natural.
Figura 9: Placas de localização no interior do parque.
Fonte:
Raul Lennon, 2014
Produtos
e serviços ofertados
O
Parque Estadual Vila Rica do Espirito Santo será o produto e quanto aos
serviços, à agência responsável pelas atividades no parque disponibilizará
opções de viagens de grupos escolares, acadêmicos e outros.
O
que mais poderá ser agregados?
Podem
ser agregados outros produtos existentes no município de Fênix – PR como a
visita a Igreja da Serra, visitação a cachoeiras e serviços de hospedagem,
gastronomia para os visitantes que desejarão ficar por um período mais
prolongado.
Equipamentos
e recursos humanos
Devem
ser contratados profissionais da área de turismo e meio ambiente para que os
mesmos possam utilizar de forma adequada o Parque e toda sua historia Natural e
Cultural, desenvolvendo atividades ecoturística com a comunidade local para que
a mesma conheça a fundo a sua historia e valorize os seus atrativos.
Quais
as legislações a serem atendidas?
É
considerado atrativos ecoturísticos todos os locais geográficos, públicos ou
privados, cujos recursos naturais sejam utilizados para fins de lazer e/ou
recreação. Para tanto, a utilização desses atrativos deverá ser planejada e
desenvolvida de modo a respeitar a fragilidade dos ecossistemas e do patrimônio
cultural, cabendo ao órgão estadual ambiental competente a emissão do
licenciamento. (BRASIL, 2008).
Deverão
ser seguidas as leis vigentes, para que dessa forma haja regularização das
atividades em conformidade com legislação. Por exemplo: Lei n.º 6.513/1977 que trata das áreas de interesse turístico, Lei n.º
4.771/1965 – Institui o Código Florestal, Lei n.º 11.284/2006 que define as áreas de
interesses de produção sustentável, Lei n.º 5.197/1967 que dispõe sobre a
fauna, Lei n.º 6.938/1981 que define o cadastro de defesa ambiental e para o
empreendimento tratado nesse trabalho a Lei n.º 9.985/2000 é uma das mais
importantes, pois trata do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza, também a Lei n.º 9.795/1999 que trata da educação ambiental. (BRASIL,
2008).
Infraestrutura
Placas
contendo a história do Parque no decorrer da trilha, lixeiras, adaptação da
sala que é utilizada para transmitir em video a historia do Parque, a mesma
poderá contar com ar condicionado, sanitários com adequados e com
acessibilidade, equipamentos de multimídia de qualidade (data Show) e tudo isso
para a satisfação do visitante.
Origem
dos recursos
Os
recursos para a criação da agência de atividades ecoturística educativas
poderão ser parcerias com a Secretaria de Turismo e Meio Ambiente do Município
de Fênix – PR, Secretaria do Estado Paraná, IAP (Instituto Ambiental do
Paraná), entre outras entidades envolvidas para o desenvolvimento do Parque
Estadual Vila Rica do Espirito Santo. Embora seja importante ressaltar que esta
agencia desenvolvera atividades para a interpretação do local a fim de ajudar o
fortalecimento da área. Logo, o proposito dessa agência é desenvolver
atividades ecoturística que visem beneficiar o atrativo e não somente o lucro.
A
comunidade estará envolvida em todo o processo para o desenvolvimento desta
agência de turismo educacional, pois se compreende que sem a comunidade é
irrelevante desenvolver atividades ecoturísticas. É necessário pensar em
primeiro momento em como apresentar essas atividades, tendo como ferramenta o
turismo pedagógico para a própria comunidade e que a mesma se sociabilize e
compreenda a importância do turismo para o desenvolvimento do Parque Vila Rica
do Espirito Santo e para a economia do município de Fênix – PR.
Figura 10: representação do tipo de
floresta, de solo e a inclinação, declividade presente no parque; Fonte: Global
Maper, 2014; Adaptação: Angelo Ricardo Marcotti.
O recorte da área poderá ser visto na Figura (6) do
presente trabalho, quanto ao clima, de acordo com o plano de manejo do parque e
também pelo programa Global Maper, o clima predominante da área é o Tropical.
Hidrografia e remanescentes
Pode-se
verificar na figura (10) as localização dos rios presentes e as declividades
que o parque possui, no entanto, o detalhamento da hidrografia pode ser compreendido
na figura (11).
Figura 11: Lado esquerdo está o mapa do Paraná e
a localização do município de Fênix. Do lado direito estão às localizações dos
rios, dos remanescentes florestais, da área urbana e também as coordenadas
geográficas do local; Fonte: Google Imagens.; Adaptação:
Edilson Luis
Segundo o Plano de Manejo (2003), o Parque esta situado em uma área de
353,68 hectares, o mesmo preserva um dos últimos remanescentes da pujante
floresta tropical, sendo um dos últimos redutos da peroba no Paraná, figueiras
e canelas de até 20 metros de altura, além do palmito em abundância. Também é refúgio
de exemplares da fauna e flora, a floresta abriga da extinção o Urubu Rei, a
Juruva, o Gavião Carijó, o Jacu, o Gato Mourisco, o Leãozinho-Baio, os Catetos,
os Coatis, Veados e Macacos-Prego, e outros, que encontram na mata guarida
segura.
Esse trabalho abordará mais
precisamente as informações técnicas do local, ou seja, sua caracterização,
como o clima, a hidrografia, sua vegetação, os tipos de solos existentes na
localidade, a declividade, as formações rochosas e a geomorfologia. Todos esses
dados foram mapeados por intermédio das seguintes ferramentas: Google Mapper,
Coredraw x6 e Paint 2010. Através desses programas, foram possíveis utilizar as
informações que os acadêmicos do Curso de Turismo e Meio Ambiente receberam em
sala de aula.
Conclusão
O Parque Estadual Villa Rica do
Espirito Santo possui uma grande riqueza de belezas naturais e sua área é
beneficiada por rios perenes, solos ricos em minerais, que influência o
desenvolvimento da vegetação. O clima também é agradável e existe a
possibilidade do desenvolvimento de atividades de Ecoturismo no local, pois os quesitos
citados e demonstrados nos mapas anteriores, proporcionam a esse Parque um
diferencial na região de Fenix no Paraná.
Logo, com o desenvolvimento dessa
atividade, não só a comunidade, mas o próprio Parque tende a ganhar, pois a
economia do local se aquecerá, a comunidade se conscientizará da importância
que aquela área possui e consequentemente o parque será mais protegido e
preservado e possivelmente receberá mais apoio financeiro para o seu
desenvolvimento.
REFERÊNCIAS
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> Acessado dia 18/11/14
HORA, Alberto; CAVALCANTI,
Keila Brandão. TURISMO PEDAGÓGICO:
Conversão e Reconversão do Olhar. In: REJOWSKI, Mirian; COSTA, Benny Kramer
(orgs.). TURISMO CONTEMPORÂNEO: Desenvolvimento, Estratégia e Gestão. São
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MURTA, M.; ALBANO, C. Interpretação do Patrimônio para o Turismo
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PIRES, P.S. Dimensões do Ecoturismo/ Paulo dos
Santos Pires. – São Paulo: Editora SENAC
São Paulo, 2002.
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