A ACESSIBILIDADE NOS HOTÉIS DE CAMPO MOURÃO
FERNANDES, Edilson Luis[1]
INTRODUÇÃO
Por
se tratar de uma cidade de turismo de negócios com uma grande demanda sobre os
hotéis de Campo Mourão, questiona-se sobre a adequação dos hotéis para receber
indivíduos portadores de necessidades especiais, especificamente os cadeirantes.
Esse trabalho delimita a questão da acessibilidade, selecionando três hotéis na
área central de Campo Mourão, são eles: Hotel Campo Palace, Tonello Business e
Paraná Palace Hotel. Opta-se pela escolha destes, por possuírem condições de
infraestrutura e maiores fluxos de pessoas. Fazendo-se importante para todos os
setores ligados a hotelaria, não só de Campo Mourão, mas também de outras
localidades. Pois poderão utilizar dos resultados dessa pesquisa para as melhorias
necessárias em seus estabelecimentos turísticos.
No
trabalho são citados a questão da procura de apartamentos adequados e também de
áreas de lazer com as devidas adaptações à cadeirantes. A justificativa do
trabalho se dá pela necessidade em desenvolver pesquisas que regem questões
relacionadas ao desenvolvimento turístico hoteleiro e a inclusão social, temas
que serão discutidos no trabalho.
Ressalta-se
também que o Ministério do Turismo entendendo a importância da inclusão das
pessoas com deficiência à sociedade, desenvolveu de acordo com a legislação
brasileira e Normas Técnicas – ABNT uma 2º edição do Manual de Recepção e
Acessibilidade de Pessoas com deficiência a Empreendimentos e Equipamentos
Turísticos. A partir desse manual é que foram desenvolvidas as questões das
adaptações necessárias às instalações dos hotéis citados anteriormente na
cidade de Campo Mourão.
Por
possui uma posição geográfica privilegiada, devido o ligamento as principais
rodovias do estado do Paraná, Campo Mourão também faz parte da rota de turistas
que seguem viagem a Foz do Iguaçu, que está a 323 km e da Capital Curitiba
que está a 450 km .
Campo Mourão é uma cidade - pólo da Microrregião 12,
que agrega 25 municípios que totaliza uma população de 357 mil habitantes.
(PREFEITURA DE CAMPO MOURÃO).
Sendo assim, fica ressaltada a importância de que hajam equipamentos e serviços
turísticos para receber os mais diversos públicos. Logo, a comunidade ganhará
um local mais planejado com melhores estruturas para receber turistas
portadores e não portadores de necessidades especiais.
[1] Acadêmico do 30 ano do curso de Turismo e Meio Ambiente da UNESPAR/Campus de Campo Mourão. E-mail: edilsonluis@gmail.com
[2] Bacharel em Turismo e Meio Ambiente e Mestre em Geografia pela FECILCAM; Professor do Curso de Turismo e Meio Ambiente da UNESPAR/Campus de Campo Mourão.
METODOLOGIA
Segundo Gil
(1999), método é um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos necessários
à investigação científica. Como o conhecimento científico fundamenta-se na
razão, precisa ser sistemático, afim de que possa ser testado e comprovado por
outros membros da comunidade científica, daí a necessidade do método. (GIL,1999;
LAKATOS; MARCONI, 1993).
No primeiro
momento do trabalho será usado o método de abordagem dedutivo. Esse método
parte de uma teoria, de premissas e de hipóteses que deverão ser testadas por
experimentos ou observações visando a sua confirmação ou refutação. (MARCONI,
LAKATOS 2006).
Em um segundo momento
será realizado pesquisa de campo utilizando as técnicas de pesquisa de
observação sistemática; aplicação de questionários e entrevistas. Será através
desse que obteremos dados sobre as infraestruturas e serviços prestados aos
cadeirantes, como: rampas de acesso ao hotel e ao apartamento, calçadas adaptadas,
banheiros com as devidas adequações, cadeiras higiênicas e elevadores, conforme
o Manual de Orientações e Acessibilidade (2006).
O terceiro passo
será o procedimento comparativo, pois através desse que se identificarão as
semelhanças entre os hotéis da cidade e quais suas diferenças.
De acordo com
Marconi e Lakatos (1990), questionário é um instrumento de coleta de dados,
constituído por uma série ordenada de perguntas, que deve ser respondida por
escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral o pesquisador envia o
questionário para o informante, e depois de preenchido, o informante o devolve.
E por fim, serão entrevistados os recepcionistas dos hotéis para a obtenção dos
dados precisos da infraestrutura e das características dos hóspedes que se
hospedam com maior freqüência nos hotéis citados.
CONCEITOS DE ACESSIBILIDADE
Segundo Sassak
(2003), traçando um histórico da trajetória dos termos utilizados à
acessibilidade no Brasil, o estudo revelou que no início da história e durante
séculos, o principal termo utilizado era “inválidos”, citado em romances, leis
e entre outros. Nesta época, e até meados do século XX, este termo ainda era
utilizado e a pessoa que tinha deficiência era vista como um peso para a
sociedade, sem valor algum.
Para Huller
(2007), outro fator que dever ser avaliado é a questão da capacitação dos
colaboradores que receptarão os turistas cadeirantes. A capacitação se dá
através de cursos profissionalizantes e superiores e de análise da qualidade do
atendimento. Porém, até o ano de 2007 não havia sido dado às devidas atenções a
esses setores por parte dos empreendedores hoteleiros.
Nicholl (2001) diz que o conhecimento pela
necessidade de acessibilidade já era conhecida pelos Hebreus cerca do ano 65
antes de Cristo. Eles já evidenciavam a necessidade de uma melhoria na
independência dos necessitados de acessibilidade. A análise de Nicholl diz que
o autor (da epistola anônima aos Hebreus) não somente recomenda que se facilite
a vida dos outros por meio de caminhos acessíveis, mas observa que tal eliminação
de barreiras já incorpora a cura, ou eliminação da própria deficiência;
conceito que ressurgiu em 1981, Ano Internacional da Pessoa com deficiência.
A visão de Rocha (2003), é que a falta de
acessibilidade a determinados locais e serviços leva as pessoas com
deficiências a se sentirem a margem da sociedade, gerando, muitas vezes,
perturbações de estima e comportamento, o que contribui ainda mais para a
segregação social. Portanto, se a lei
ampara a todos, logo, as mesmas devem ser cumpridas
para o bem de cada individuo e da vida em coletividade.
RESULTADOS
E CONCLUSÕES PARCIAIS:
Com
as devidas adaptações aos apartamentos e também as áreas de lazer acredita-se
que os hotéis obterão resultados positivos para com as hospedagens, pois esses
apartamentos poderão ser aproveitados em dias ociosos com pessoas da melhor
idade e também por aquelas que não necessitam de apartamentos com instalações
diferenciadas. Outra questão também é que os proprietários hoteleiros estarão
ampliando seu publico, tornando assim uma concorrência forte para com os hotéis
que não optaram em se adaptar as questões levantadas nesse trabalho.
Portanto,
com os conceitos de outros autores apresentados aqui podemos concluir que a
acessibilidade vem sendo tratada a muitos anos, porém, ainda está em plena
mudança conforme visto nos hotéis de Campo Mourão.
DENCKER, Ada de Freitas Maneti. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. São Paulo :
Futura, 1998.
HULLER, Franciele Cristina; ROSA, Rosana Maria. A Acessibilidade para pessoas portadoras de
necessidades especiais: um estudo exploratório em hotéis de Foz do Iguaçu. Monografia,
Foz do Iguaçu: Unioeste, 2007.
KUSHANO, Elizabete Sayuri; ALMEIDA, Wolney
Gomes. Inclusão social, Cidadania e Turismo – uma investigação sobre a
existência de serviços adaptados às pessoas com necessidades especiais nos
meios de hospedagens da região metropolitana de Curitiba. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo. v. 2, n. 4, p. 88-101,
dez. 2008.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia científica. São Paulo:
Atlas, 1986.
LATTARI, Aline Barcellos. Acessibilidade em hotéis: A visão dos cadeirantes da zona sul carioca.
Niteroi: UFF, 2009.
PREFEITURA DE CAMPO MOURÃO. Disponível em: <http://www.campomourao.pr.gov.br/?p=YWxyb3RsaXMvaV9jYWRpZG9Aemh6> acesso em: 03 de junho de 2014.
NICHOLL, Anthony Robert Joseph. O Ambiente que
Promove a Inclusão: Conceitos de Acessibilidade e Usabilidade. Revista Assentamentos Humanos, Marília,
v. 3, n. 2, p. 49-60, 2001.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão no lazer de turismo: em busca da qualidade de vida. São
Paulo: Aurea, 2003.
TURISMO E ACESSIBILIDADE: manual de orientações
/ Ministério do Turismo, Coordenação - Geral de Segmentação. – 2. ed. –
Brasília: Ministério do Turismo, 2006.
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